domingo, 7 de abril de 2013

Educação e Equidade na Sociedade Contemporânea


            A educação adoptou, durante grande parte da sua existência, uma postura de aprendizagem tradicionalista, onde havia um centro do processo de aprendizagem, neste caso o professor, e um aluno passivo, a quem o professor se limitava a “despejar” informação e o aluno assimilava o que podia recorrendo à memorização e repetição do processo. Posto isto, questionámo-nos sobre o que é o paradigma e em que consiste. O paradigma é um modelo, uma ideologia, uma forma de solucionar problemas, consiste precisamente nisso, o paradigma educacional emergiu por causa da convergência criada devido à reforma ds politicas educativas, havia uma necessiade de mudança, de melhoria, de desenvolvimento, de igualdade, de criação de melhores condições no sistema educatico, o que não havia até então, o que originou um paradigma educacional,como tentativa de mudar, melhorar e encontrar novas soluções para novos problemas que surgem.
            Após esta “revolução educacional”, verificou-se uma massificação da escolaridade, em que a educação revelou ser um dos factores principais para o desenvolvimento económico, e favoreceu o acesso de modo igual aos estabelecimentos públicos de ensino, terminou com a exclusão de algumas camadas da população que anteriormente se viam confrontadas com “barreiras” no âmbito social, cultural e económico. Com toda e esta mudança, ficou comprovado que à medida que se investia na educação, apareciam melhores resultados a médio e longo prazo, e resultaram na melhoria do crescimento económico, da qualidade de vida e bem-estar. É assim criada a “economia da educação”, onde são introduzidos conceitos como o de igualdade e de capital humano.
            As mudanças na educação, segundo Tedesco, notaram-se principalmente na estrutura social, devido ao processo de transformação social que estamos a passar, e verificaram-se mudanças desde o mercado de trabalho até ao sistema politico, à família e ao sistema de valores, tudo isto está relacionado directamente com a criação de novas formas de organização social, económica e politica, que passaram a adoptar as designações de sociedade de informação e sociedade pós capitalista.
            Com esta mudança os agentes educativos (apesar de não aceitarem de bom grado essa mudança) deixaram-se submeter às mudanças de índole económico introduzidas nesse novo modelo educacional, que resulta em mudanças ao nível da qualificação do trabalhador, aumento da produtividade, melhores condições económicas da entidade empregadora, melhores salários, mais poder de compra, mais procura, mais oferta e crescimento económico.
            Actualmente na Europa, as políticas educativas têm como finalidade, o aproveitamento do capital humano, dar primazia ao desenvolvimento individual e, com isto, criar condições de competitividade face aos Estados Unidos da América e Japão. Com a passagem da economia com base na indústria, para uma economia com base no conhecimento, no saber, origina que o crescimento económico seja maior para aqueles que “criam” e não para aqueles que “fazem”, ou seja, são os produtos, o fabrico, quem se desloca, não as ideias, os seus criadores. Com estas exigências, o sistema educativo tem que se adaptar a este novo modelo, de maneira a que possa aproveitar e incentivar as competências individuais, sejam elas ligadas às ciências naturais, humanas, artísticas, etc. como mudanças principais nessa nova estrutura educacional estão: o alargamento do conceito de formação e das modalidades de educação e formação, identificação de novas necessidades profissionais e da qualificação, desenvolvimento de novas competências e valorização da formação experimental, incremento da formação continua e da auto formação, e com o reconhecimento de projectos e percursos escolares e profissionais diferenciados.
            O sistema educacional, com o passar dos anos, vem superando desafios, por culpa da alteração também ocorrida no panorama social, que se torna num panorama social multicultural, lançando mais desafios ao sistema educacional, como a igualdade de oportunidades no acesso ao ensino, criação de condições favoráveis ao sucesso educativo para todos, uma educação vocacionada para as diferentes culturas e que as respeite pela diversidade, e criação de condições para haja integração social após a conclusão da escolaridade.



Referências bibliográficas:
-Afonso, A. J. (1998). Políticas educativas e avaliação educacional. Para uma análise sociológica da reforma educativa em Portugal (1985-1995). Braga: Universidade do Minho.
-Antunes, F. (2003b). Políticas educativas nacionais e globalização. Novas instituições e processos educativos. O subsistema de escolas profissionais em Portugal (1987-1998). Braga: Universidade do Minho (dissertação de doutoramento)
-Tedesco, J. C. (1999). O Novo Pacto Educativo: Educação, Competitividade e Cidadania na Sociedade Moderna. Porto: Fundação Manuel Leão.
-António Teodoro & Graça Aníbal, A Educação em tempos de Globalização.
Modernização e hibridismo nas políticas educativas em Portugal, Revista Lusófona de Educação, 2007, 10, 13-26.
-http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal
-Delors, J. (1996). Educação um Tesouro a Descobrir – Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Séc. XXI. Porto: Edições ASA.
-Morin, E. (2002). Os Sete Saberes para a Educação do Futuro. Lisboa: Instituto Piaget-Canavarro, J. [coord.] (2004). Eu não desisto – Plano Nacional de Prevenção do Abandono Escolar. Lisboa: Ministério da Educação/Ministério da Segurança Social e do Trabalho.

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